Crônica: Caetano Veloso e o ano de 2020

Crônica: Caetano Veloso e o ano de 2020

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Muitos vão falar que 2020 poderia ter como trilha sonora uma banda de Heavy metal ou algum rock do mal. No entanto, eu diria que Caetano Veloso foi quem fez o ano. Os meus argumentos? São vários, pois para mim o cantor foi quem mais resumiu os sentimentos em 2020.

Todos nós achávamos que a virada de década iria trazer muitas mudanças. E trouxe, porém de um jeito diferente. Caetano Veloso sentiu na pele e as suas músicas refletem o ano marcado pela pandemia.

Janeiro foi atípico, a nova década projetara coisas novas para todo mundo. Eu, por exemplo, estava empolgada porque iria voltar a UFRN, frequentar novamente o Departamento de Comunicação (Decom), além de ter várias ideias para comemorar os cinco anos do Brechando.

O mês parecia que estava andando devagar e queria que pulasse o carnaval. Caetano já dizia que precisamos ficar atentos e fortes, não temos que temer a morte. Ele tem razão, uma vez que o pior estava por vir.

Mas antes, ele deixou o sangue, suor e cerveja em fevereiro para celebrar o carnaval atrás do trio elétrico. Além disso, era um sinal de preparar o nosso corpo ficar Odara para o que viria acontecer.

Volta a folia de Chiquita bacana

Acabou a folia e os noticiários começaram a anunciar a pandemia do Coronavírus no Brasil. Hora de ficar em casa, na quarentena. Minha vitrola só tocava Qualquer Coisa para dar uma resistência.

Além disso, as ações que a gente via na televisão de descaso de governos conservadores no continente americano fazia com que a gente não ficasse louco por ti, América. Eles ainda exercem os seus podres poderes.

Tinha horas que queria rezar para a chegada de um índio impávido que nem Mohammed Ali para que destruísse o conservadorismo e trouxesse a vacina.

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Tanto que tenha dias que ficava igual Caetano na quarentena com zero vontade de fazer nada e ficar comendo doce, no caso dele era a paçoquinha.

Quebre as barreiras

Mas, Caê também ensinou no seu exílio na Inglaterra que é possível criar no meio de tanta tristeza. Seu disco Transa tenta resgatar as tradições baianas e tem as primeiras letras em inglês. Mostrando que nada é impossível.

Quando você está triste, faça que nem ele e cite: “Mostre me o que há por de trás do muro”. Também sofri por tigresas de unhas negras e íris cor de mel, mas também senti que era uma delas dançando no frenético Dancin’ Days, mesmo que esteja em casa ou comprando pão no supermercado.

A medida que os meses se passaram a gente criou as novas técnicas de sociabilizar. Era Live, curso ead, festa virtual, drive-in, encontro no portão de casa, sair de casa parecendo um astronauta e dentre outras coisas.

Dizem que era o novo normal. Mas, Caetano já dizia neste ínterim que “alguma coisa está fora da ordem mundial”.

Além disso, era possível quebrar novas barreiras. Veloso conseguiu fazer uma linda live no seu aniversário com os filhos e se mostrou cada vez mais adepto as redes sociais, nem que seja para xingar muito no Twitter. Depois, veio mais lives e que novos hábitos podemos aderir a nossa vida.

Eu também saí, como Veloso, da minha zona de conforto, comecei a aparecer mais em vídeo e ainda lancei um livro sobre a pandemia.

O ano acabou. Pode parar, Caetano Veloso

E agora? Janeiro está batendo a nossa porta. O que Caetano tem nos dizer? Que tudo é divino é maravilhoso e seremos fortes para 2021.

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Encerro essa música com a homenagem de Johnny Hooker para Caetano. Feliz 2021!

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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