Dia que a terra tremeu em João Câmara

Dia que a terra tremeu em João Câmara

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A cidade de João Câmara fica na região de Baixa Verde e há mais de 30 anos aconteceu um terremoto que chocou não só os habitantes da região, mas também em Natal e chocou todo o país, visto que abalos sísmicos são raros e o país fica no meio de uma placa tectônica, dificuldando a vinda de maremotos, vulcões e terremotos.

O primeiro abalo foi registrado em Brasília, no dia 21 de agosto, alcançando magnitude 4.3. Nos dias 3 e 5 de setembro, foram dois tremores. Um de 4.3 e outro de 4.4 graus na escala Richter. Esses abalos provocaram danos materiais e assustaram ainda mais a população.

No dia 30 de novembro, às 5h19min48s, o maior tremor, de 5.1 graus foi registrado, seguido de várias réplicas, inclusive com magnitude 4.0.

Na época, estava rolando festividades da padroeira e muita gente teve que correr para as ruas por conta do abalo de madrugada, também sentido não só no RN, mas também em Recife e Pernambuco.

Os tremores destruíram ou danificaram 4 mil casas, 500 delas foram reconstruídas adotando normas anti-sísmicas, desenvolvidas pelo Batalhão de Engenharia do Exército Brasileiro.

O caso teve uma repercussão tão grande que a Globo de Recife veio à Natal fazer uma reportagem, na época a TV Cabugi ainda nem existia. Veja o vídeo a seguir:

Além disso, a cidade chamou atenção de outros grandes veículos de comunicação, o Jornal do Brasil fez uma reportagem em uma página inteira falando do assunto.

No entanto, não houve mortos na região, apesar de muita gente ter ficado sem casa naquele período. Muitos tiveram que ficar acampados por dias até conseguirem um novo lar.

Super reportagem em alusão aos 30 anos de João Câmara

Quando o abalo sísmico completou 30 anos, a repórter Emmily Virgílio relembrou o dia que houve o abalo,

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Durante a reportagem, ela relata que tinha quatro anos e estava com a família na cidade visistando os seus tios quando tudo isso aconteceu. Por 14 minutos, ela entrevistou as vítimas, as pessoas que foram entrevistadas naquela época no Jornal Nacional e como está a cidade hoje em dia. Confira o vídeo a seguir:

https://www.youtube.com/watch?v=oL3YwAG1pIM

Os tremores de João Câmara ainda continuam

No ano de 2018 foi registrado pelos noticiários que houve pelo menos 51 tremores de terra foram registrados entre a madrugada e a manhã de 06 de julho de 2018, segundo o Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Labsis/UFRN).

Desse total, dois abalos superaram os 2 graus de magnitude na Escala Ritcher. O maior, por volta das 3h30, chegou a quase 3.

Os tremores também foram sentidos pelos moradores de Poço Branco, Taipu e Parazinho.

Por que houve terremoto naquela região?

O municipío de João Câmara é atravessado pela Falha da Samambaia, que tem 38km de comprimento e cerca de 4km de largura, passando também pelas cidades potiguares de Poço Branco, Parazinho e Bento Fernandes. Samambaia é a maior falha geológica do Brasil.

Falha Geológica é a ruptura ou cisão de um bloco de rochas ou faixas estreitas da superfície que é responsável pelo deslocamento de suas partes. O acúmulo de energia e a eventual liberação desta em zonas de falhas geológicas é um dos fatores responsáveis pela ocorrência dos terremotos.

Esse fenômeno geológico surge em função da pressão aplicada por uma força, geralmente as placas tectônicas, em que a pressão exercida excede a capacidade de resistência e plasticidade das camadas rochosas, provocando a sua cisão ou ruptura, podendo gerar também algumas pequenas fraturas em seu entorno. Veja, a seguir, os elementos que formam a estrutura de uma falha geológica.

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De acordo com o Laboratório de Sismologia da UFRN  (LabSis) os recentes e frequentes tremores na região demonstram que a falha geológica está em atividade.

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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