Grafitando os muros da cidade de Macaíba

Grafitando os muros da cidade de Macaíba

Compartilhe:

Ao sair das nossas casas depois da quarentena devemos aproveitar os espaços urbanos para deixar colorido. Uma semana antes do período de isolamento, a artista Sunsara, que mora em Macaíba, resolveu reaproveitar um beco abandonado no centro da cidade, no qual a prefeitura chama de Travessa Santo Antônio.  Lá, ela junto com a equipe Arte & Solidariedade fez um mutirão de Graffiti, onde eles deixaram colorido o então conhecido Beco do Mijo,  que o nome deixa bem claro o porquê que as pessoas o chamam assim, porque as pessoas utilizam esse espaço para urinar e jogar os seus lixos.  Além de deixar o muro colorido e com menos cheiro de ácido úrico, eles estavam fazendo campanha para estimular a adoção de animais abandonados, além de angariar rações para os abrigos. “O movimento em Macaíba é coletivo e isso é muito bom, porque a galera realmente ajuda”, comentou a artista suja de tinta, mas animada com o que estava fazendo.

As artes eram variadas desde mensagens de amor, mas também tinha seres místicos,  mensagens para proteção de animais e dentre outras imagens.

Em torno de 15 artistas colocaram a mão na massa, pincéis, sprays e tintas para deixar o muro bem mais colorido, chamando atenção dos macaibenses que circulavam na região. O ambulante Francisco Soares parou o que estava fazendo para observar os artistas. “Ás vezes a visão do pintor pode ser diferente da minha, mas eu estou gostando dos desenhos que estou vendo no muro, só que em Parnamirim. Tenho amigos que fazem essa arte e admiro bastante, aqui está pouco graffiti”, afirmou.

Graffiti em Macaíba
Artistas resolveram grafitar os muros de Macaíba (Fotos: Lara Paiva)

A ação contou com uma participação especial, o Caleb Victor tem oito anos e gosta de desenhar bastante, o dia foi perfeito para pintar as paredes. “Em casa não posso pintar a parede, somente nos cadernos. Amo desenhar e pintar, mas a parte que mais gosto mesmo é pintar”. Ao perguntar quais são suas pinturas, ele rapidamente me chamou e mostrou desenho por desenho. As frases mais comuns eram: “Esse eu fiz”, “Aquele ali coloquei só a marca da minha mão mesmo” e “Aquele ali tive ajuda do meu pai”. Algumas das obras do Caleb podem ser vistas a seguir:

Você pode ler também:  De onde surgiu o nome “Parnamirim”?

Graffiti em Macaíba

Graffiti em Macaíba
“O que é isso, Caleb?”, eu questionei. O mesmo rapidamente respondeu: “Era para ser um disco voador”.

Com música alta e com muita alegria, as pessoas sempre paravam para olhar, no entanto nem sempre foi feito de forma respeitosa. “Passou uma pessoa tentando convencer a ir no protesto de 15 de março e ficou chamando a gente de comunista (risos), mas a maioria vem e chega nos apoiar”, esclareceu a Sunsara, que prometeu fazer mais ações similares.

Graffiti em Macaíba
Além de organizar, Sunsara deixou a sua marca no conhecido Beco do Mijo (Fotos: Lara Paiva)

A galera de Natal também apareceu. A Júlia Donati é uma artista e tatuadora que resolveu dar uma contribuição, além de deixar a sua marca na Grande Natal. “Encontrei com Sunsara no Beco da Lama e comentou que faria um evento de Graffiti em Macaíba. Logo me empolguei e como acho importante dominar os espaços urbanos da região Metropolitana, principalmente o graffiti, eu resolvi participar”, disse a jovem.

Graffiti em Macaíba
Júlia deixando a sua marca no Graffiti (Fotos: Lara Paiva)

Confira as fotografias do Graffiti em Macaíba a seguir:

Tags

Commente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

compartilhe:

Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



Últimas brechadas



Breche aí