Mada 2018: os festivais voltando a ser palco de resistência

Mada 2018: os festivais voltando a ser palco de resistência

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Não era da minha época, verdade. Mas os anos 60, a divisão da Jovem Guarda e Tropicália foram tempos importantes para a música. Enquanto os militares utilizavam os atos inconstitucionais e a tortura para calar a população brasileira, a classe artística com sua inteligência usava a música para protestar e criticar aquele macabro governo. Uma das formas de divulgar estas canções foram através dos festivais, promovidos pelos principais canais de televisão da época, como a Record, Tupi e Globo. Foram lá que surgiram Caetano Veloso, Sérgio Ricardo, Jair Rodrigues, Geraldo Vandré, Chico Buarque e dentre outros. Era um desabafo midiático, onde a população soltava os seus demônios que estavam dentro para gritar os versos ou vaiar aqueles que não gostavam.

Em tempos que um candidato do número 17 que venera esse tipo de governo está na lista dos mais votados, preocupando uma possível censura futura, os artistas que surgiram nos anos 2000 estão utilizando as mesmas artimanhas daqueles homens e mulheres que hoje deixaram uma marca na história brasileira. O retrato disso aconteceu neste fim de semana em Natal, local do Festival Música Alimento da Alma, conhecido pela sigla Mada. Os dois dias de evento foram marcados pela forte participação política. Por coincidência, esta edição comemora 20 anos do evento, que começou no bairro da Ribeira e é um dos maiores divulgadores de bandas e artistas independentes.

“Aqui se chama Mada porque fala Música Alimento da Alma e achei o melhor nome para enfatizar o objetivo do evento, isto é tudo que faz falta por sinal, pois as pessoas estão afastadas da música, poesia e da arte como um todo. A gente está desfrutando de um momento que é único”, disse a cantora Alfonsina, que veio do Uruguai e já realizou inúmeras parcerias com artistas brasileiros, em um bate-papo rápido como Brechando

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Como estávamos em um local em que não tinha amarras de grandes empresários, era normal que as pessoas pudessem se manifestar de todas as formas possíveis e impossíveis, desde o grito “Ele Não” até vestir camisetas ou usar adesivos em favor de políticos.

Nação Zumbi soltou o protesto assim como outras bandas brasileiras (Fotos: Lara Paiva)

No entanto, o protesto pode ser escandaloso e chocar para dá uma chacoalhada na sociedade (como se fosse um: “Acorda, menina”), como a banda Francisco, El Hombre, que entraram no palco nus em pelo pintados com letras que juntas formavam a palavra “Lute”, mostrando que existe diversas técnicas de mostrar que somos a favor da democracia.

Assim como o Nação Zumbi e Baianasystem, bandas nordestinas (onde Fernando Haddad venceu) mostrando a importância do regionalismo e amplas críticas ao #EleNão.  Veja o vídeo de entrada de Baiana a seguir:

 
 
 
 
 
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Sempre quis ser nordestina … que inspiração ! O Brasil tem muito a aprender ! Video: @carvalhoalice

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Isto não aconteceu apenas com as bandas nacionais, o Franz Ferdinand também deram seu recado a favor da política brasileira. “É muito fácil amar os brasileiros, mas tenham cuidados daqueles políticos que são demagogos, pois eles podem ser carismáticos e cruéis ao mesmo tempo”, contou.

Plateia também protestou

Por isso, se você reclamar que música e política são coisas que não são misturadas. Lembre-se da formação da palavra “política”: arte ou ciência da organização, direção e administração de nações.

As fotos do evento podem ser vistas aqui ou na fanpage do Brechando.

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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