Dia do Rock: Leno, o nosso roqueiro potiguar

Dia do Rock: Leno, o nosso roqueiro potiguar

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Hoje é 13 de julho, dia Mundial do Rock e para falar sobre esta data resolvemos falar sobre o gênero musical no Rio Grande do Norte. Porém, precisamos falar do cantor Leno, que foi um dos pioneiros no estilo nas terras potiguares. Seu nome completo é Gileno Osório Wanderley de Azevedo, que nasceu em Natal, 25 de abril de 1949.

Antes de morar no Rio de Janeiro, ele foi o criador da banda que seria o marco-zero do rock potiguar, o “The Shouters”, no qual fazia covers dos Beatles.

Começou sua carreira musical durante a Jovem Guarda. Após participação em bandas, foi descoberto por produtores da antiga CBS (atual Sony BMG) e formou com Lílian Knapp a dupla Leno e Lilian, que emplacou sucessos como “Pobre Menina” e “Devolva-me”. O som é bem típico de Jovem Guarda:

Desentendimentos entre a dupla acarretaram em sua separação ainda no período da Jovem Guarda. Porém, antes, Leno já tinha lançado dois trabalhos solo em 1968 e 1969.Além da dupla, ele já trabalhava como compositor para diversos artistas.

Sobre o primeiro álbum solo, apenas uma música foi composta pelo cantor, intitulada de “Tudo que pedi a Deus”.

Em 1971, grava o primeiro disco gravado em 8 canais no Brasil, Vida e Obra de Johnny McCartney, que contou com a produção do até então desconhecido compositor baiano Raul Seixas e do cantor e compositor gaúcho Luís Vagner, além da colaboração do letrista Arnaldo Brandão. Porém, na época foi lançado apenas um compacto duplo com quatro canções do álbum, e o álbum completo viria a ser lançado apenas em 1995.

O motivo do álbum não ter sido lançado na época da gravação foi o fato de que várias letras do disco (principalmente as letras das canções com parceria de Raul Seixas, mas também “Pobre do Rei”, de Paulo Sérgio Valle) foram vetadas pela censura do governo militar da época.

Ao verificar o motivo da censura, a diretoria da CBS teria resolvido não lançar o disco, concluindo que ele fugia aos padrões comerciais da época. Tempos depois, Leno seria informado pela CBS de que as fitas master do álbum seriam apagadas. Entretanto, isto não aconteceu e, tendo sido as fitas encontradas 25 anos depois pelo jornalista Marcelo Fróes, o disco chegaria ao mercado através de um lançamento independente do próprio cantor Leno através da sua recém inaugurada gravadora, a Natal Records.

Sendo o primeiro álbum brasileiro gravado em 8 canais e, ainda, contendo sonoridades muito diferentes do rock brasileiro da época, Leno esperava que “Vida e Obra de Johnny McCartney” fosse um divisor de águas em sua carreira e na música brasileira. O não-lançamento do álbum, entretanto, não permitiu que isto acontecesse, o que não impediu, porém, que ele se tornasse um objeto de culto para alguns aficionados.

Mas, ele não deixou de se abater e na décade 70 ajudou a produzir o icônico disco “Lágrimas Azuis” do Impacto Cinco, no qual levou a banda para Rio e gravaram o álbum em uma semana. Leno ainda compôs três faixas para o grupo. O disco mistura entre o hard rock com o psicodélico.

Em 1976, lança Meu nome é Gileno, com músicas próprias e regravações como “Luar do Sertão” (do poeta Catulo da Paixão Cearense) e “Me deixe mudo”, do compositor e músico experimentalista Walter Franco. O álbum completo pode ser escutado facilmente no You Tube:

Nos anos 80, ficou na ativa, lançando alguns discos. Nos anos 90, participou de uma série de homenagens feitas à Jovem Guarda, ao lado de outros grandes nomes do movimento como Jerry Adriani, Wanderléa e sua ex-parceira Lílian, com quem mantém relação amistosa até hoje.

Atualmente, continua dedicado à música.

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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