Como uma flanelinha mudou em 10 anos

Como uma flanelinha mudou em 10 anos

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O fotojornalista Ney Douglas Marques já trabalhou nos principais jornais e portais da cidade do Natal. É conhecido por registrar o cotidiano da cidade do Natal. No ano de 2007, ele fotografou uma flanelinha de nome Maria, que se tornou personagem de uma reportagem feita para o Jornal de Hoje em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Chamou atenção pelos olhos verdes que ficaram bastante destacados na lente.

De acordo com Douglas, ela ficava pastorando os carros no cruzamento das avenidas Prudente de Morais com a Capitão-Mor Gouveia. Neste ano, ele encontrou novamente Maria, na Prudente, e registrou. O resultado pode ser visto a seguir:


A história da flanelinha lembra a de Sharbat Gula, uma mulher afegã da etnia Pashtu. Seu rosto ficou famoso na capa da revista norte-americana National Geographic.

Gula perdeu os seus pais durante o bombardeio soviético do Afeganistão. Enquanto ela estava no campo de refugiados Nasir Bagh, no Paquistão, em 1984, ela foi fotografada pelo fotógrafo Steve McCurry. Gula, então com 12 anos de idade, era uma das estudantes em uma escola dentro do campo de refugiados. McCurry tirou a foto quando a encontrou sem burcaas – dada a rara oportunidade de fotografar o rosto de mulheres afegãs (a lei afegã obrigava as mulheres a usarem a burca).

Embora seu nome não fosse conhecido, sua foto, nomeada Afghan Girl (Menina afegã), apareceu na capa da revista National Geographic, edição de junho de 1985. A imagem de seu rosto, com um tecido enrolando sua cabeça, e seus olhos verdes olhando diretamente para a câmera fotográfica, tornou-se um símbolo do conflito entre afegãos e da situação dos refugiados por todo o mundo. A foto de Gula foi nomeada como a fotografia mais reconhecida na história da revista.

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A identidade da menina afegã ficou desconhecida por mais de 15 anos, à medida que o Afeganistão continuava fechado para a imprensa ocidental, até a queda do taliban, em 2001. McCurry fez várias tentativas em localizar Gula, na década de 1990, mas sem sucesso.

Em janeiro de 2002, uma expedição da National Geographic viajou ao Afeganistão, com a missão de localizar Gula, a pessoa da famosa fotografia. McCurry, ao saber que o campo de refugiados Nasir Bagh estava para fechar, perguntou aos outros refugiados que ainda moravam no campo. Um deles conhecia o irmão de Gula, e conseguiu fornecer pistas da localização de Sharbat Gula.

A expedição finalmente encontrou Sharbat Gula, então, com 30 anos de idade, numa região remota do Afeganistão. Ela tinha voltado para o seu país de origem em 1992. A sua identidade foi confirmada, usando tecnologia biométrica.

A história de Sharbat Gula foi mostrada na edição de abril de 2002. Ela também foi o principal tema de um documentário de televisão, que foi ao ar em março de 2002. Em reconhecimento a Gula, a National Geographic criou um fundo de caridade, com o objetivo de beneficiar as mulheres afegãs. Em 26 de outubro de 2016, Gula foi detida no Paquistão pela Agência de Investigação Federal (FIA) por viver no país usando documentos falsos.

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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