Parem de fiscalizar o beijo do coleguinha

Parem de fiscalizar o beijo do coleguinha

Compartilhe:

Inicialmente, eu apresentarei esta postagem de alguém que também fica incomodado com esses fiscais de beijo:

O que é fiscal de beijo?

São aqueles que ficam incomodados com um beijo na boca e acreditam que isso pode causar uma desordem social e estimular a libertinagem. O alvo favorito dos fiscais são os gays/lésbicas/bi/trans

Bem, eu não gosto de axé/swingueira, mas reconheço que o Carnatal é uma grande festa e a cidade para durante os quatro dias de Micareta. Assim como os preconceitos sociais aparecem com força no Carnatal. A LGBTfobia é uma delas.

Sempre você vai escutar que aquele bloco “só tem viado” ou o outro “só tem pinta da zona Norte”. Aí vem o meu questionamento: qual é o problema disso? Eles pagaram por aquele abadá, parcelado ou à vista, para se divertir e dançar até o chão.

Da mesma forma que você paga ingresso para sair, eles têm o mesmo direito.

O foco deste texto é: os fiscais de beijo homossexuais, lésbicas e trans. Isso não acontece só em Carnatal, mas nos Carnavais e outras micaretas da vida.

As pessoas tratam um LGBT como algo esdrúxulo e escandaloso. Ficam lhes apontando, parecendo que eles haviam roubado ou explodido um caixa de banco. Sim, as pessoas se ofendem com um beijo na boca, no qual a gente olha todo dia nas novelas, seriados e nos desenhos animados.

Como uma forma de “vingar”, eles expõem o casal de várias formas: fotografando e espalhando fotos nas redes sociais, colocar no You Tube ou criar diversos memes pejorativos.

Quantas vezes aquela tia compartilhou na rede social: “Olha que putaria dois homens se beijando no Carnatal. Que absurdo! Virou uma putaria esse Carnatal!”? Com certeza você já ouviu chamar a festa de “Carnagay”, por causa dos beijos que são fotografados.

Você pode ler também:  Minha aventura no cinema Drive-In no Canadá

O pior são aqueles aqueles blogs que ficam contando qual blog que teve mais beijo hétero e gay. Afinal, beijo é uma demonstração de carinho entre duas pessoas, independente de quem compõe o gênero deste casal.

Se você se incomoda profundamente com este tipo de demonstração e quer humilhar os outros por fazer isso, algo está errado. Um beijo não vai fazer seu filho/filha se transformar em gay, mas aprender a respeitar todos os tipos de romances.

Divulgar este tipo de informação é discurso de ódio e estimula cada vez mais a agressão dos gays, principalmente quando esses são expostos na internet, onde os usuários podem comentar o que quiser, inclusive xingar e ameaçar o casal, que só queria se amar, agredir e outros crimes piores.

Pouco se fala dos casos de estupros (beijo forçado é estupro, sabia?), roubos e Boa Noite Cinderela entre mulheres. Sem contar as brigas que também são conhecidas e todas as noites são imensas queixas na polícia. É algo tão banal que ninguém comenta, não é?

E o problema de maus tratos dos seguranças, se incomodou?

Estas festas onde todas as zonas de Natal se unem por motivos de diversão são as mais perigosas para aqueles que gostam de pessoas do mesmo gênero. São esses tipos de chacotas que fazem com que muitos LGBTs se isolem em locais específicos para não serem incomodados.

Tags

Commente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

compartilhe:

Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



Últimas brechadas



Breche aí