Acompanhando minha tia na vacina contra Covid-19

Acompanhando minha tia na vacina contra Covid-19

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Tinha horas que não botava muita fé, como natalenses estão incrédulos, que a vacina rolaria. Não por conta da capacidade da ciência, mas diante das questões burocráticas. Além disso, as mortes aumentaram bastante. Só para você ter uma ideia, o Lais, órgão que fiscaliza a doença no RN, constatou que até o dia 11 de fevereiro morreram 3337 pessoas, sendo 345 de janeiro até agora. A maioria dos casos são pessoas idosas e profissionais da saúde.

Sem contar que a taxa de letalidade é 1.9. Ou seja, a cada 10 pessoas, 2 morrem. Este valor é maior que nos dois últimos meses, consequência das eleições e festas de fim de ano. Por isso, as pessoas realmente estão preocupadas em vacina, principalmente em imunizar os idosos e profissionais da saúde, visto que os primeiros mencionados têm mais chances de sofrer com os casos mais graves e os segundos, no que lhe concerne, estão suscetíveis a se contaminar por atender os mais diversos pacientes e contagiando outros membros.

Minha tia inclui essa lista, no qual trabalha como enfermeira, tem uma mãe idosa (minha avó) e já contraiu o Covid-19, no qual viu não ser “uma gripezinha”. Durante o tempo que ela, o seu marido  (meu tio) e meus primos ficaram doentes, ela relatava direto no Whatsapp o que sentia, desde mostrar que estava difícil comer por falta de paladar ou sentir o cheiro, além dos sintomas comuns da doença que pareciam nunca ir embora e, por conseguinte, o medo das sequelas.

A Ana Cláudia, o seu nome da minha tia, tinha inúmeras dúvidas em volta no mês de dezembro, mas dizia que iria para vacina contra Covid-19 por questão de proteger. Sem contar que as informações estavam desencontradas e o disse me disse sobre se a Vigilância Sanitária, Anvisa, autorizaria ou não.

Quando a vacina contra Covid-19 chegou

A vacina chegou em Natal nos primeiros dias de janeiro. Era um sinal de que seria uma esperança para 2021 começar com pé direito. Entretanto, a organização da vacina estava em desorganização. O programa de vacinação era feito a partir do cadastro para saber todas as novidades e qual grupo estava. O primeiro passo, inicialmente, era vacinar os profissionais de saúde. Inicialmente, a Prefeitura anunciou que iria vacinar aqueles que estão trabalhando diretamente com pacientes de Covid.

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Mesmo assim, as pessoas que trabalhavam nos hospitais dos diferentes ramos foram vacinar, no qual muitos conseguiram “fura-fila“, fazendo com que muita gente ficasse com mais dúvidas e sem vacina. Era normal ver colegas que trabalhavam em hospitais exibir a sua carteira de vacinação. “Eu fui em um dos lugares para vacinar com minhas colegas enfermeiras, mas não deu certo, porque minha escala não dizia o local que trabalhava”, ficou triste a minha tia ao falar no telefone com a gente.

Os dias se passaram e a desorganização continuara, até começarem a flexibilizar e permitir outros trabalhadores dos hospitais a receberem a vacina.

Dia que fui acompanhar minha tia na vacina

Tanto ela quanto a minha mãe queria que eu acompanhasse este momento, porque, afinal, o jornalismo tem a missão de registrar os momentos. “Ei, avisa a Lara se ela pode a tarde me levar para vacina”, disse a minha tia Ana pelo aplicativo de mensagens. Estava disponível e pronta para registrar. Ela parecia ansiosa e estava com medo de dar novamente o erro. “Corra, que o posto de vacinação vai até 16 horas”.

Além disso, ela estava bastante preocupada se aceitariam a escala impressa ou digital. Para garantir, resolvemos apresentar às duas coisas. “Ai meu Deus, a escala está cortada. E agora? Dá tempo de voltar”, questionou.

Então, resolvemos se arriscar até o Via Direta, um dos postos de vacinação, no qual procuramos os mais diversos atalhos para chegar mais rápido. Entramos em um dos portões, pegamos o ticket, vimos que o local que seria a vacina estava todo fechado. “Ai meu Deus, mais uma vez eu bati na trave”, dizia minha tia.  Foi quando vi que outros carros estavam indo do outro lado e rapidamente disse que iria seguir. Como resultado, eu acelerei o carro, devolvi o ticket e fui para o portão onde dava o acesso para a vacinação. Conseguimos entrar, mas a respiração só começou aliviar quando o técnico em enfermagem veio a procurar.

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Hora da burocracia

A gente não precisou sair do carro, porque a vacinação em Natal era no sistema drive-thru, assim como foi o exame de teste rápido. Primeiro, ela mostrou o lado impresso e a imagem da escala no edital, mas o profissional a tranquilizou dizendo que o documento mostrava que era profissional da saúde. Apesar disso, ela apresentou a carteira do Coren (Conselho Regional de Enfermagem) e a carteira de vacinação. Entregaram para ela um papel para registrar todos os dados, como nome, sobrenome, CPF, RG, área de trabalho e entre outras atividades.

Depois, pediram para ir numa tenda mais a frente, onde estavam os profissionais que iriam furar. “Será que vão avisar se é a vacina chinesa?”, perguntou a minha. Respondi que provavelmente seria, porque na época a Oxford ainda não tinha chegado.

Sem contar que corrigi que a vacina era feita pelo Instituto Butantan, órgão da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a China. Além disso, o importante era se proteger, visto que ela morava com vovó e era profissional da saúde.  Hora da vacina, uma moça pediu para que a gente abrir a porta do carro e tia ajustou a manga. A picada foi rápida e minha tia não reclamou de dor ou algo do tipo.

As fotografias da vacina contra Covid-19

Depois, ela liberou a nossa saída e fomos para a casa da vovó para comemorar a vacinação. Mas, antes, ela pediu que tirasse a foto dela com a carteira de vacinação. Agora, vou colocar as fotos do momento da vacinação a seguir.

Nesta semana, ela tomou a segunda dose. Logo, um membro da minha família está vacinado, vamos esperar os outros parentes e deixá-los vivos e ricos de saúde.

 

 

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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