Netflix e a mudança de hábitos na vida dos brasileiros

Netflix e a mudança de hábitos na vida dos brasileiros

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Mais de 30 novidades, entre filmes, séries e especiais, chegaram ao catálogo da Netflix ao longo do mês de janeiro, empresa de exibição de filmes e séries simultaneamente com a internet. Está nas terras tupiniquins há seis anos e lucra mais que alguns canais de televisão aberta, como o SBT.

O serviço de via streaming ajudou no combate à pirataria e cada vez mais pessoas estão lhe aderindo. A Netflix está dominando o mundo e perde apenas para o You Tube. Vários são os motivos para a empresa estar alcançando a marca de 100 milhões de usuários no mundo. Mas o que mais chama a atenção é a sua habilidade de crescer internacionalmente, especificamente no Brasil (com quem a empresa trabalha desde 2012), visto que no quarto bimestre do ano passado o número duplicou, comparando ao ano passado.

De acordo com os estudos do site Statista, 72% dos usuários são jovens, com idades entre 16 a 24 anos. O Brasil, por sua vez, é o terceiro maior consumidor do serviço via streaming. Atualmente, existem 40 milhões de assinantes, sendo que 11% está na América Latina.

A Netflix registrou um avanço de 60% no lucro no segundo trimestre, para US$ 65,6 milhões. A empresa, pioneira na transmissão de programas de TV pela internet, ultrapassou a marca de 100 milhões de assinantes e agora mais da metade deles está fora dos Estados Unidos.

A empresa superou as estimativas de Wall Street ao captar mais 5,2 milhões de assinantes no segundo trimestre e previu a continuidade do impulso se expandindo internacionalmente. O lucro líquido da empresa aumentou de US$ 40,8 milhões no segundo trimestre de 2016 (US$ 0,09 por ação) para US$ 65,6 milhões de dólares no último trimestre (US$ 0,15 por ação).

Aproximadamente 75% das escolhas são influenciadas pelo algoritmo de recomendação que também os ajuda a licenciar conteúdos estratégicos. Não é de impressionar que 5 das 10 séries mais pesquisadas em 2016 são Originais da Netflix.

Fica ainda mais interessante no Ranking Brasileiro das Séries Mais Pesquisadas: 8 dos Top 10 são licenciados da empresa, sem contar as 20 indicações ao Grammy.

O publicitário Jefferson Nascimento é um dos natalenses que admite que a sua vida mudou com o Netflix. Quando não consegue deixar a sua assinatura paga, ele utiliza a dos amigos, embora este hábito seja proibido nos Estados Unidos. “Gosto de assistir filmes e rever séries em momentos de ócio/tempo livre e, às vezes, achar sites, mesmos os bem intencionados, que disponibilizassem os mesmos. Às vezes era uma tarefa tão difícil que acabava por desistir no meio do processo”, comentou.

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De acordo com Jeff, hoje ele se sente seguro de pagar o serviço de streaming, tendo em troca um filme de qualidade e não entupir o computador de vírus. “Toda noite é pelo menos 1 filme ou alguns 5 episódios de algum seriado”, falou.

Além disso, mudou muito os hábitos da vida dos brasileiros, fazendo com que as pessoas baixassem menos filmes e utilizassem mais o serviço, principalmente para ser utilizado como encontro de amigos ou fazer maratonas. Os diálogos mais comuns nas redes sociais são:

Outros até realizam sugestões para empresa:

Hoje, quase ninguém sabe como é assistir uma série sem o serviço:

Apesar de não dizer quantos usuários existem no Brasil, a previsão da empresa para daqui a quatro anos é que haverá mais de seis milhões de usuários assinantes no Netflix por aqui, perdendo apenas para Estados Unidos (59 milhões) e Reino Unido (10 milhões). No entanto, tem gente que largou o Netflix, mesmo que o serviço esteja em franca expansão. É o caso do jornalista Alberto Sampaio, quando percebeu que suas séries favoritas foram retiradas do catálogo, mostrando que a empresa precisa atualizar rapidamente os seus produtos para não perder os clientes.

“Usava porque gostava do serviço que era de qualidade, de fácil manuseio, e pela diversidade de material que eles dispunham. Minha rotina mudou, mas não intensamente de forma contínua. Havia momentos de picos. Como quando eu comecei a assistir a série Glee e em outro momento quando assisti todas as temporadas de RuPaul’s Drag Race e alguns animes. Mas volta e meia eu assistia um episódio antes de dormir, ou aproveitava algum fim de semana ou feriado prolongado. Aí eu fazia aquela maratona.”, disse.

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Sampaio cancelou após o cancelamento do Sense8, não descarta, contudo, em voltar assinar. “Não tenho certeza sobre voltar a usar porque não há tanta dependência assim já que existem sites de distribuição gratuita. Entretanto há a questão da qualidade e também a de apoiar séries como Sense8, eu posso voltar a usar sim. Uso também o Spotify. É um que ainda continua me servindo bem. E por ora não tenho pretensão de me desfazer”, relatou.

Por falar em maratona, número de pessoas empenhadas em terminar de assistir a uma série logo após seu lançamento aumentou exponencialmente nos últimos anos: de 2013 a 2016, houve um crescimento de 20 vezes no número de super maratonistas. A Netflix afirma que o número total de assinantes dispostos a ficar em frente à tela durante um longo período é de 8,4 milhões de assinantes.  Em comunicado, a Netflix destacou a história de um assinante brasileiro, que terminou de assistir a 21 séries no dia de seus lançamentos.

Os 20 países com maior proporção de super maratonistas:
1. Canadá
2. Estados Unidos
3. Dinamarca
4. Finlândia
5. Noruega
6. Alemanha
7. México
8. Austrália
9. Suécia
10. Brasil
11. Irlanda
12. Reino Unido
13. França
14. Nova Zelândia
15. Peru
16. Holanda
17. Chile
18. Portugal
19. Itália
20. Emirados Árabes Unidos

As séries preferidas pelos super maratonistas brasileiros:
1. The Seven Deadly Sins
2. Marvel’s The Defenders
3. Santa Clarita Diet
4. Gilmore Girls: A Year in the Life
5. 3%
6. The Ranch
7. Atypical
8. Stranger Things
9. Fuller House
10. You

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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