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Quando silencia, é tempo. Tempo de ver e rever, tempo de encarar aquilo que esteve oculto.

Solidão.

Uma vez, na sessão de terapia, minha terapeuta me falou uma coisa sobre a solidão. Ela veio me falar sobre solitude. Eu já conhecia essa palavra, mas não sabia seu significado. Então ela me diz, creditando as palavras ao Osho.

Muitos de nós experienciamos esse sentimento de solitude. Lembra de quando quis ficar recluso, precisando de um tempo pra si, para repensar ideias, conceitos…? Pois então, a solitude é esse estado onde a pessoa, por decisão própria, busca se isolar, mas não com um sentimento de tristeza, de solidão, mas um sentimento de paz, de se conhecer, solitude.

Mas quando a solitude dá lugar para a solidão?

É sobre isso que quero falar. Eu sempre fui um garoto introvertido, calado, na minha. Acredito eu que isso contribui para esse sentimento que mais parece uma mão apertando nosso coração e o que saí disso é o sumo agridoce da solidão.

Quando a solidão chega, o mundo ao redor parece perder sua natureza, pois tudo fica com uma leve impressão de que não há onde relaxar calmamente no caos ao redor. Quando a solidão chega, ela também chega fazendo alardes, uma mulher que quer chamar atenção, bem leonina, essa solidão.

A solidão, como vi numa frase, é um lugar bom de visitar, mas não de fazer morada. Mas acabei esquecendo de dizer que a solidão, quando chega, também traz outros sentimentos com ela. A solidão nos faz observar o mundo como ele é e isso é tão doloroso, que sempre procuramos nos desviar dela, seja na TV, no celular, em livros. Me fizeram um convite de que, na próxima vez que eu sentir solidão, eu me permitisse sentir também esses sentimentos que a acompanham. Em vez de fugir dela, entende?

Porque não tem como fugir dela. É correr em círculos. A solidão nos convida a vermos a pessoa que somos a fim de crescer com este momento. Eu acho que devo encarar assim, pois também estou neste mesmo barco.

O mundo pode parecer uma foto de um Polaroid, como em uma música, onde enxergamos o mundo em preto e branco. Isso assusta, você perceber que tem muitas responsabilidades mas, porventura, se enfraquece com o vazio. Mas para finalizar o texto, eu deixo uma máxima de Paul Valéry: “Há momentos infelizes em que a solidão e o silêncio se tornam meios de liberdade”.

Então, viva esse momento, como eu vivo. A verdadeira liberdade é quando você se basta por si só. E isso é o bastante.

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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