[ARTIGO] Meu foco agora mudou e o que imagino daqui a 10 anos

[ARTIGO] Meu foco agora mudou e o que imagino daqui a 10 anos

Compartilhe:

Achava que com 22 anos iria me formar, partir meu rumo em um trainee em um grande jornal (Queria para a editora Abril, pois teria chance de trabalhar na revista Bravo ou na MTV) e iria casar com um finlandês metaleiro bonito e famoso (de preferência), que anos depois me levaria para morar na gélida Helsinque e teria melhor acesso às minhas bandas favoritas, faria muitos livros sobre minhas viagens, bem estilo Zeca Camargo. Estou com 24 anos e cinco meses recém-completos, solteira após um longo relacionamento, estou trabalhando como social media numa agência de publicidade e escrevendo este texto enquanto espero o meu almoço chegar. Neste momento, refletindo que a gente não pode roteirizar mais nada na vida, pois ela dará uma rasteira completa.

Estava, recentemente, conversando com uma amiga que estava frustrada por não conseguir esse ano o seu principal objetivo: passar no doutorado. A jovem passou dias e noites em claro pensando. Qual é o meu plano B? Então, ela refletiu sobre as suas habilidades e começou a enumerar o que ela deveria fazer enquanto o seu roteiro pré-definido teve que ser forçadamente mudado.

Foi o que aconteceu comigo há dois anos.  A MTV fechou, meu interesse para as grandes redações está cada vez mais escasso e agora quero criar novas formas de comunicação social em Natal, principalmente com a internet, visto que fui uma das crianças dos anos 90 que acompanhou a chegada da mesma no Brasil e viu a evoluir em pequenos passos.

O roteiro da vida pode ser apagado e modificado a partir das situações que estão tomando pela sociedade. Isso, no entanto, não é motivo para desesperar, mas para autoconhecimento e ver as funções que você pode fornecer daqui a 10 anos. Quero que eu seja útil para a sociedade nesta próxima década e olhar, aos 35 anos, que todas as coisas que estou fazendo atualmente para a Comunicação Social tenham valido a pena de alguma forma.

Você pode ler também:  Avenida Bernardo Vieira mudou de nome: que rola agora?

Espero que eu consiga entrar no mestrado neste ano para que consiga saber como é o perfil do internauta natalense e entender as tendências que os mesmos consomem com este produto midiático. Também quero que o blog consiga ganhar as próprias pernas e que seja o equivalente ao Nexo Jornal, além de ajudar inúmeros jornalistas que estão dentro das três faculdades no Rio Grande do Norte e pensando que a profissão acabou com a internet e os meios eletrônicos.

A profissão jornalista precisa ser questionada e modificada, parar de olhar aquele glamour do século XX. As grandes empresas de jornais estão fechando porque elas olharam demais para o passado e estão perdidos com o futuro. Assim como os répteis que sobreviveram com o meteoro que mataram os dinossauros, o jornalismo tem chance de sobreviver ao meteoro midíatico que o profissional jornalista está passando.

No entanto não dá para ser moderno enquanto os velhos problemas ainda persistem, como salários baixos (RN é um dos piores pisos salariais do país, certo ?), acúmulo de funções, assédio moral e dentre outras coisas que poderia enumerar aqui neste texto. Muitos foram ensinados que deveria pensar em um objetivo real, mas não prepararam para caso acontecesse algo errado, fazendo com que a saúde mental de muitos jovens que cresceram em colégios caros para adentrar ao Enem, se formar, casar e ter filhos tenham depressões e outros transtornos mentais.

Devemos ensinar as pessoas a pensarem em um plano B.

 

Tags

Commente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

compartilhe:

Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



Últimas brechadas



Breche aí