Combatendo a Intolerância Religiosa: Como seria minha redação do Enem

Combatendo a Intolerância Religiosa: Como seria minha redação do Enem

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Neste ano, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) teve como tema da prova de redação a “Intolerância Religiosa”. Lá, os candidatos para uma vaga nas universidades brasileiras deveriam criar medidas de combate à intolerância religiosa. Após a primeira vez que fiz uma redação do Enem, resolvi novamente este ano. Confira a seguir:

O Estado laico surgiu após a Proclamação da República, visto que durante o Império a religião Católica era considerada a oficial. Entretanto, uma determinação proibira que maçons entrassem na Igreja. Então, o Imperador, integrante da Maçonaria, prendeu os bispos que realizaram esta medida, criando um conflito entre Igreja e Estado. Após a República, a Constituição determinou que o Estado fosse laico em que nenhuma instituição religiosa tem o direito de intervir nas medidas determinadas pelo representante do país.

A laicidade é questionável, visto que existem religiosos evangélicos sendo deputados e criando leis inconstitucionais para benefício próprio. Além disso, os representantes das religiões afro-brasileiras (candomblé e umbanda) são muitas vezes hostilizados em público por esses parlamentares. E muitos seguidores desses políticos são estimulados a continuar com estas hostilizações, chegando até mesmo a queimar os templos dessas religiões de origem africana, que muitas vezes ficam em zonas periféricas, onde fica a maior parte da população negra do país, maiores descendentes de africanos trazidos ao país como escravos.

Também existem conflitos religiosos entre religiões envolvidas com Cristianismo, no qual muitos evangélicos chegam a ofender católicos ou o contrário.  De acordo com a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, 20% dos desrespeitos em 2013 chegaram à agressão física. Isto mostra que a violência entre religiões é um problema social e acontece quando um grande grupo de pessoas seguem uma determinada religião e querem dominar outros espaços como uma forma de conquistar o poder, sendo agressivos com a minoria que não aceitou esta dominação.

Isso só seria resolvido com cassação de deputados que incentivam este crime, medidas de integração social para todas religiões (acesso à escola, moradia e emprego), cumprimento do Artigo 208 do Código Penal, no qual o intolerante religioso paga uma multa e prisão de, no mínimo, um mês a um ano. Além da multa, que inclui na pena, eles poderiam fazer ações comunitárias nos templos que foram ofendidos. No ensino básico, aulas deveriam ser utilizadas para explicar a existência de todas as crenças e explicar que todos somos iguais perante à lei (primeiro artigo da Constituição de 1988). As escolas poderiam reunir os pais e professores para conscientizar que não existe uma crença absoluta. Juntos, eles poderiam entender como cada religião trabalha.

Afinal, a religião é uma filosofia, no qual as pessoas sentem à vontade e recebem conforto com as palavras da divindade em que acreditam. Não deveria ter uma ligação geopolítica.

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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