Um pequeno passo para acreditar na humanidade

Um pequeno passo para acreditar na humanidade

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Essas mãos são de três crianças. Elas brincam, gostam de comer bagana, possuem um local para dormir, fazem besteira, querem diversão, estudo e poderiam ser seus amigos de infância. Era o que deveria ser comum, que é estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Porém, não é bem assim que as coisas acontecem. Esta foto foi fotografada numa quinta-feira e estava indo à uma rede de fast food com meu namorado enquanto estes três jovens estavam brincando de tica-tica  no estacionamento. A mãe deles?

Estava pedindo dinheiro do outro lado da rua onde o trânsito é intenso e disputa por vendedores de grude e malabaristas no sinal. Alguns clientes, que estacionaram o carro, ficaram olhando torto e pensando que esses três iriam roubar a qualquer momento.

Então, foi o momento ideal para observar o que iria acontecer e se esta situação teria pelo menos uma situação feliz.

Calma, eles estavam brincando em um local espaçoso, às 20 horas, um alívio para aquele momento que são limitados. Nesta hora, eles deveriam estar em casa se arrumando para dormir e acordar cedo ao colégio, se eles realmente estudam (Será que eles conseguiram uma vaga?).

Ao mesmo tempo, entrava no estabelecimento outras crianças de mesma idade com roupas mais arrumadas, cabelos ajeitados e estavam ostentando com acessórios e brinquedos caros. Então, os jovens pararam e começaram a prestar atenção naqueles que entravam. Todos arrumados, com carros legais e roupas bacanas. Eles estavam apenas usando chinelo e roupas mais simples.  Provavelmente, ele estavam horas nas ruas.

Mas, elas fingiam que não viam os jovens que estavam com vontade de entrar lá dentro para comer aquele sanduba que parece gostoso quando aparece na televisão e sempre está lotado. Mas, uma pessoa conseguiu realizar o desejo daquelas três crianças que estavam ali.

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Era o segurança do estabelecimento, que pediu alguns lanches para o trio e pediu para que eles sentassem nas mesas dentro do restaurante, para o espanto de algumas pessoas. Dava para ver a felicidade nos olhos quando viram aqueles copos gigantes de refrigerante, muitos pacotes de batata-frita e sanduíches enormes. A fome de ficar horas zanzando na rua a procura de trocados foi eliminada.

Eles foram atendidos bem pelos outros funcionários, depois sentaram na parte externa comeram toda a comida, sem deixar alguma migalha e, no final, o segurança deixou para eles uma sacolinha de comida para viagem.

O lanche era para a mãe que estava pedindo dinheiro do outro lado da rua. A matriarca recebeu o lanche de bom grado e eles voltaram para o sinal de trânsito. Os olhares dos clientes ainda eram tortos. Mas não importava, eles tiveram um momento de felicidade no meio do caos que chamamos de desigualdade social.

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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