O que é o Consulado? Um dos restaurantes mais populares da Ribeira

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Em frente ao Buraco da Catita, na Rua das Virgens, hoje chamado de Rua Câmara Cascudo, existe um bar que é conhecido por ter ficado um casarão mais polêmico da cidade. Uma centenária casa pertencia ao italiano Guglielmo Lettieri, que vindo para o Brasil, passou por Rio de Janeiro, Recife, e se estabeleceu em Natal, onde fez fortuna.

Fundou a Cantina Lettieri e possuiu a única fábrica de gelo de Natal na década de 30. Líder da comunidade italiana na cidade, recebeu nesta casa em 1928 os aviadores transatlânticos Arturo Ferrarin e Carlo Del Prette, e em 1931 o General Italo Balbo.

Em 1938, Guglielmo foi nomeado cônsul da Itália no Rio Grande do Norte, e foi daí que nasceu um dos aspectos. Um trecho da casa tem piso formado por ladrilhos representando a cruz suástica, que ficou associado ao símbolo nazista.

Casarão ainda nos tempos das antigas
Casarão ainda nos tempos das antigas (Foto: Facebook)

A simpatia do italiano por Benito Mussolini (líder do facismo na Itália) e Adolf Hitler (do nazismo na Alemanha) fez com que ficasse preso em 25 de junho de 1942, acusado de espionagem e condenado em 22 de dezembro a 14 anos de prisão pelo Tribunal de Segurança Nacional.

Apesar da pena, o italiano foi anistiado ao fim da 2ª Guerra Mundial. Após a sua morte, a família vendeu o imóvel à Bolsa de Valores do Rio Grande do Norte, que funcionou por muitos anos no local.

Entrada do bar (Foto: Blogspot do Consulado Bar)
Entrada do bar (Foto: Blogspot do Consulado Bar)

Muitos poderiam ter destruído o ladrilho nazista, mas não fizeram. Então, uma dupla resolveu em meados dos anos 2000 abrir um bar naquela região. O local agora é aberto para almoço no modo self-service.

Os polêmicos ladrilhos (Foto: Tribuna do Norte)
Os polêmicos ladrilhos (Foto: Tribuna do Norte)

O bar/restaurante ocupa todo o térreo da casa, entre sala, corredor e quintal. Foram cinco meses de trabalho entre a reforma de parte do ambiente e a adaptação cuidadosa à estrutura do bar.

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A parte de fiação elétrica foi toda feita externamente, para não esburacar as paredes. As partes em madeira entalhada foram lixadas, envernizadas e receberam cera de carnaúba. Os belos afrescos florais nas paredes foram limpos. A polêmica sala com ladrilhos de suásticas está visível para todo mundo ver. Durante o almoço, o chão é tampado com carpete para proteger.

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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